Aventure-se e conheça novos sabores!
A gastronomia como um produto, ou mesmo um atrativo de uma determinada localidade, é bastante interessante e importante do ponto de vista turístico, pois apresenta novas possibilidades, na verdade, não tão novas, mas nem sempre bem exploradas, que são as diversas formas de turismo voltadas para as características gastronômicas de cada região.
Para analisarmos essas possibilidades, é preciso entender o porque dessas características diferentes, o porque cada comunidade, localidade ou mesmo grupos populacionais próximos, têm características gastronômicas diferentes, retornando até a satisfação alimentar do ser humano, apenas como necessidade de sobrevivência e sua, posterior, evolução para chegar às diferenças atuais, aos rituais de integração e prazer que a gastronomia nos proporciona, sendo até uma “válvula” de escape para o stress da vida urbana.
O que se pode verificar é que essa (r)evolução é recente, sendo uma característica das sociedades urbanas, que foram modificando o espaço natural e se reconstruindo, ignorando com isso a evolução natural e passando a ter uma alimentação conveniente a seu espaço, sua cultura e principalmente à sua rotina. É possível notar que o ser humano tinha um tipo de alimentação em seus primórdios e essa foi modificando-se, de acordo com a própria evolução humana e do espaço em que está inserido, passando a ser um elemento simbólico e não apenas de subsistência.
Essas características podem ser notadas em muitos exemplos, como é o caso da Índia, que por fatores culturais e religiosos, tem um respeito à vida animal maior que em outros lugares; com isso, populações pastoris, com leite e rebanho disponíveis, consomem os mesmos de maneira extremamente frugais, deixando esses rebanhos para outras necessidades, como o casamento, por exemplo, onde os rebanhos passam a ser os dotes para as mulheres e como uma forma de riqueza para os homens, é a garantia para o casamento.
Existem também casos, de populações próximas, inseridas em um mesmo ambiente natural, expostas ao mesmo tipo de clima e que estariam propícias a terem as mesmas culturas alimentares, cultivando os mesmos grãos, mas que passam a ter costumes diferentes. O que prova que o homem alimenta-se de acordo com a sociedade a que pertence.
Esse tipo de característica humana, na maioria das vezes, não leva em conta as qualidades nutricionais dos alimentos e sim as características culturais, religiosas e tradições. As exceções são em relação à alimentação infantil, onde, normalmente, a questão nutricional é levada em conta e só posteriormente a essa fase a pessoa é inserida na cultura local, sendo isso repetido através das gerações.