Cria de elefante resgatada é adotada por manada em rara história de sucesso

Timisa, uma cria órfã de elefante, foi aceita e adotada por uma manada semisselvagem de elefantes de Camp Jabulani, na África do Sul.

A cria – cujo nome significa “corajosa” em tsonga – estava em estado de desidratação extrema quando foi resgatada, em novembro de 2016, pela Elephants Alive. Quando a apresentaram à sua nova família, a pequena elefante fêmea foi aceite imediatamente, um comportamento pouco habitual em elefantes.

 

 

Seis meses mais tarde, Timisa já se adaptou perfeitamente à sua nova vida e à sua mãe adotiva, Limpopo, a filha da matriarca Tokwe.

“Existem casos isolados de crias órfãs adotadas por manadas selvagens, mas isto não acontece com muita frequência e é mais provável a cria órfã ser adotada por uma fêmea lactante da sua manada”, disse Michelle Henley, cofundadora e diretora-executiva da Elephants Alive.

 

Camp Jabulani tem 14 elefantes em estado semisselvagem, que foram resgatados de um programa de abate no Zimbabué, há mais de 20 anos. Estes animais vagueiam num ambiente natural sob supervisão, para os proteger de conflitos com as manadas de elefantes selvagens da reserva natural.

 

 

A caça furtiva, movida pela procura de marfim na Ásia, dizimou 30% dos elefantes africanos nos últimos sete anos e está a aumentar no Parque Nacional de Kruger, onde 80 elefantes foram abatidos por caçadores furtivos nos últimos 18 meses.

 

 

“A sobrevivência de um elefante pode fazer a diferença e abrir-nos um novo mundo de reflexão. Talvez seja altura de mudarmos a nossa abordagem de conservação para que não tenhamos de pedir desculpas por termos compaixão por um indivíduo”, disse Michelle Henley.

 

Os investigadores avisam que, em algumas zonas, 98% das fêmeas já não possuem presas, um valor muito superior à média de 2 a 6% que se verificava no passado, conta o The Independent.

 

 

Na última década, quase um terço dos elefantes da África foram caçados ilegalmente para satisfazer a procura de marfim em países asiáticos, particularmente na China. Entre 2007 e 2014, foram abatidos cerca de 144 mil elefantes, o que deixou a espécie em risco de extinção em algumas zonas. As populações que sobreviveram poderão ficar virtualmente sem presas, como as elefantas asiáticas, alertam os cientistas.

 

 

No Parque Nacional dos Elefantes Addo, na África do Sul, o caso é mais extremo: 98% das fêmeas não apresentam presas. Quando o parque foi criado, em 1931, já só restavam 11 elefantes – os outros tinham sido abatidos por caçadores de animais de grande porte. Das oito fêmeas sobreviventes, quatro não tinham marfim.

 

 

Em 2008, os cientistas descobriram que mesmo entre os animais que tinham presas, estas eram mais pequenas do que as dos elefantes de há um século – cerca de metade desse tamanho.

 

 

Se, por um lado, o fato de não terem presas os poderá proteger de caçadores, por outro, este fenómeno não deixa de ter outras implicações. As presas são usadas para escavar e procurar comida, água e sais minerais, para desenterrar árvores e ramos e os transportar, para autodefesa e para marcar o território. “Os conservacionistas afirmam que um elefante sem presas é um elefante incapacitado”, comenta a BBC.

 

 

Fonte: www.theuniplanet.com