África do Sul: segurança, mulheres sozinhas e outras questões
A preocupação número um de quem planeja uma viagem para a África do Sul é a questão da segurança.
Mas, contrariando todos os prognósticos, a África do Sul é um país seguro para viajar, inclusive para mulheres. Os crimes contra turistas são raros e, na maioria das vezes, limitam-se a furtos. Na prática, viajar pelo país é bem mais tranquilo do que viajar pelo Brasil.
Para entender esta contradição é preciso conhecer um pouco da história sul-africana. Durante o sombrio regime do apartheid, que vigorou até o começo dos anos 1990, os negros e mulatos foram simplesmente arrancados dos centros urbanos e instalados em townships nas periferias das cidades. Townships não são exatamente favelas, mas sim conjuntos habitacionais planejados, com casinhas minúsculas e espartanas (ao redor das quais pode haver uma favela propriamente dita instalada posteriormente).
Em pouco mais de 20 anos de democracia, a população não branca da África do Sul melhorou de vida, nasceu uma numerosa classe média, e boa parte das townships se tornaram um pouco mais dignas. Ainda assim, há um abismo social imenso entre ricos e pobres. E, de certa forma, também continua a haver um abismo geográfico claríssimo: a pobreza está concentrada nas townships (que seguem nos mesmos lugares, afastadas dos centros urbanos) e, junto com ela, a violência decorrente da educação precária, do desemprego, da falta de perspectiva etc.
Tudo isso para dizer que 99% dos turistas não passarão nem perto das zonas mais pobres e conflitivas das cidades sul-africanas (a exceção seria o passeio no Soweto, em Johannesburgo, que vale muitíssimo a pena). Na Cidade do Cabo, por exemplo, a township mais “próxima” das praias de Clifton fica a pelo menos vinte quilômetros de distância.
De maneira geral, apesar do distanciamento das zonas de perigo, os centros das cidades grandes do país (Cidade do Cabo, Durban e Johanesburgo) ainda requerem cautela – assim como em qualquer metrópole que não esteja na Europa, na Oceania ou no Canadá. Mas, nos lugares que interessam aos turistas, a sensação de insegurança é praticamente inexistente.