Prepare-se para comer, rezar e nadar! Dos cantinhos pitorescos à natureza exuberante e muitas novidades cosmopolitas, Bali é grandiosa
Místicos diriam que é a energia; surfistas, que são as ondas; amantes da natureza, que se trata dos vulcões e da vida marinha; casais em lua de mel, dos hotéis fantásticos a preços módicos. O fato é que Bali, a mais afamada das 17 mil ilhas da Indonésia, seduz turistas em ritmo frenético – em 2017, chegaram a 5 milhões os visitantes internacionais.
O desenvolvimento da ilha, aceleradíssimo nos últimos 15 anos, trouxe restaurantes classudos, bares de praia badalados, butiques de designers. Vieram também os problemas: o lixo se acumula, o trânsito entope as ruas estreitas. Bali, no entanto, não perdeu a ternura.
Enclave hindu no meio da maioria muçulmana no país, é habitada por um povo gentil e resiliente em relação à preservação de sua cultura. Atraídos pelo estilo de vida leve, ocidentais neo-hippies chegam aos montes e criam uma atmosfera new age ao redor de estúdios de ioga, retiros de meditação e cafés vegetarianos. Mas, mesmo com todo o alarde, Bali ainda guarda cantinhos pouco explorados onde impera a natureza e as tradições locais.
CANGGU, a tendência
Chegando ao aeroporto de Denpasar, a capital de Bali, a coisa mais importante a saber é: não se hospede em Kuta, o primeiro polo do turismo na ilha e hoje ponto de urbanização excessiva e australianos pós-adolescentes mamados em álcool barato. Vá direto a Canggu (pronuncia-se “changu”), 15 quilômetros ao norte.
Nesse semivilarejo, as ruas são relativamente tranquilas e os locais ainda cultivam campos de arroz entre as construções esparsas. Ali há lanchonetes naturebas onde o best-seller é o smoothie bowl, tigelas com combinações instagramáveis de frutas (a de banana, morango, raspas de coco e goji berry da Nalu Bowls é um clássico).
Há cafés com decoração rústico-chique e pratos envolvendo abacate, ingrediente hipster por excelência – recomendo o Montagu ou o Milk & Madu. Há butiques com nomes como Bungalow Living, com roupas de linho, almofadas de crochê, bolsas de palha e cerâmicas.
Há estúdios de ioga que parecem hotéis cinco-estrelas, como o The Practise, com um pavilhão de bambu suspenso e jardim verdejante. E há hotéis cinco-estrelas propriamente ditos, como o The Slow ou o Como Uma Canggu – mas também há pousadas com diárias de R$ 60.
Que fique claro: Bali não é reduto de praias paradisíacas. Para isso, é melhor ir a outras ilhas, como a Nusa Penida ou a Gili Air. Não se decepcione com a costa de Canggu, dividida em praias com nomes diferentes. O mar é acinzentado, com pedras no fundo e corrente forte, e a areia é escura. Melhor ficar na piscina de borda infinita do The Lawn, beach club com música lounge e pufes na grama posicionados de frente para o pôr do sol.
O negócio em Canggu é a vibe, afinal. A vida noturna ali é low profile: uma cervejinha no pátio com varal de luzinhas do Old Man’s, por exemplo, ou música ao vivo no Deus Ex Machina, melhor encarnação do espírito local: uma loja de pranchas e motocicletas com bar e restaurante.
Vizinha mais movimentada e sofisticada de Canggu, Seminyak guarda um naco de alguns dos hotéis mais luxuosos da ilha, com extravagantes villas particulares. Hospedar-se por ali me pareceu tumultuado demais (a não ser que você esteja dentro das tais villas), mas vale ir para comer: nem que seja um taco e uma quesadilla no colorido Motel Mexicola, que, à noite, também capricha nos drinques, ou a cozinha asiática elaborada do Mama San, num ambiente meio industrial, meio vintage.
Fonte: viagemeturismo.abril.com.br