História da culinária indiana

Para muitas pessoas, a culinária indiana remete ao Império Mogol, que governou grande parte da Índia entre os séculos XVI e XIX.

Embora seja verdade que a maravilhosa culinária indiana tenha tomado lugar de destaque durante o seu reinado, com famosos pratos como korma e biryani, devemos lembrar que há muito mais além dos curries para saborear.

 

A alimentação é tão significante para os indianos quantos seus majestosos monumentos, a arte e a literatura. Diversas regiões influenciaram na formação de sua gastronomia, tais como Ásia Central, Sudeste Asiático, Turquia e Europa.

 

Isto se deve aos fatos históricos como o Império Mogol fundado por Babur, conquistador muçulmano descendente de Tamerlão de origem turco-mongol e também de Genghis-Khan, lendário imperador mongol, por parte de mãe.

 

Os europeus que colonizaram o país exercendo forte domínio até meados do século XX, também deixaram sua marca introduzindo ingredientes que são amplamente usados na alimentação local.

 

Produtos exóticos, culturas novas e técnicas de cozinha levados ao país por viajantes, peregrinos e soldados contribuíram para a criação desta única e deslumbrantemente variada cozinha.

 

A paixão mundial pela culinária indiana começou no primeiro milênio quando um antigo embaixador grego descreveu a cana de açúcar como um bambu indiano recheado de mel. Posteriormente viajantes árabes foram atraídos para a costa de Malabar no sudoeste indiano pela riqueza das pimentas aromáticas, cravos, cardamomos e canelas.

Foram as especiarias lucrativas que também levaram o explorador português Vasco da Gama à Índia em 1498. Naquela época o carregamento de especiarias valia muito mais a pena que seu peso equivalente em ouro onde as despesas incorridas na expedição eram facilmente cobertas pela quantidade levada, gerando uma grande lucratividade. Estima-se que em uma única embarcação eram carregadas 1500 toneladas de pimenta, 28 toneladas de gengibre, 8 toneladas de canela e 7 toneladas de cravos.

 

E embora as especiarias fossem o atrativo para os europeus, os viajantes também trouxeram consigo os segredos culinários do pão fermentado, do cozimento e do talharim. Em troca os indianos apresentaram aos europeus as alegrias do curry, das mangas e dos chutneys.

 

No século XIX os britânicos chegaram à Índia e foram conquistados pelos milhares de cheiros, pelas vistas e os sons do subcontinente.

 

Muitos colonizadores britânicos adquiriram o gosto pelas iguarias locais e, sabores indianos e ingredientes nativos logo seguiram caminho para a Inglaterra. Isto pode ser visto em pratos como o Kedgeree feito com arroz e peixe defumado, limão, ovos cozidos e salsa fresca que era tradicionalmente servido frio no café da manhã durante a Era Vitoriana e também no mulligatawny, que consiste em uma sopa de carne condimentada com especiarias. Muitos ingleses resolveram também ficar e tornar a Índia em seus lares e em consequência disso muitos pratos anglo-indianos são encontrados por todo o país até hoje.

 

Em tempos recentes, a Índia está mudando seu perfil demográfico juntamente com seu desenvolvimento econômico, fato que tem ajudado a quebrar muitos tabus alimentares. A geração mais jovem, melhor educada que seus antepassados, é muito mais viajada e aventureira.

 

Com acesso aos alimentos processados como extrato de tamarindo e leite de coco houve grande redução do trabalho nas tarefas diárias na cozinha. Mais tempo e energia são dedicados à inovação e como resultado temos a fusão culinária onde receitas tradicionais e experimentais coexistem harmoniosamente e a cozinha indiana deu início a um estágio promissor e excitante. Com sua grande variedade de sabores, estilos, ingredientes e técnicas; não é nenhuma surpresa que a popularidade da culinária indiana tem aumentado em todo o mundo.

Fonte:  iguariasindianas.wordpress.com